segunda-feira, 15 de março de 2010

Voando de Ultraleve


Por conta da minha prolongada ausência e da convivência no meio da aviação, fiquei totalmente desatualizado da atividade aérea. Até que um dia,o meu filho Ricardo,me falou da experiência que tinha tido num vôo de ultraleve, oferecido por um amigo.
Foi aí que tomei conhecimento do movimento entre os jovens, desse esporte, usando esse tipo de aeronave “made in home”.
Demonstrei interesse em conhecer esses aparelhos e ele me indicou o piloto, Jorge Dantas, no seu hangar na praia da Redinha. Na primeira oportunidade que tive resolvi ir até lá, ver de perto essa 'coisa' que voa.
Era uma bela manhã de novembro, quando me dispus a fazer o meu reencontro com o vôo.
Fazia um céu limpo, sol brilhante, soprava uma brisa fraca que neutralizava os efeitos dos raios solares.
Tomei à estrada da praia Redinha, acompanhando o tráfego domingueiro de veículos que fluía lentamente. O silêncio da manhã só alterado pelo rumor do motor do carro, acompanhado do atrito dos pneus no asfalto, provocando na minha pessoa um estado letárgico, ainda acionado pela emoção e a expectativa de voar.
E enquanto o pensamento estava longe divagando, vi-me parado diante da cancela de entrada da pista de pouso dos ultraleves.

Fui recebido por Jorge Dantas, um jovem piloto da nova geração. Ele é do tipo polivalente (empresário-piloto), que vende a máquina, ensina a pilotá-la e ainda faz ,os chamados vôos panorâmicos.
Apesar das minhas centenas de horas voadas no passado, senti-me inibido diante daquela ‘coisa’ semi-acabada.
Acompanhei com atenção a fase da inspeção, pré-vôo e, tomei assento ao lado de Jorge.
Estava inteiramente desambientado, procurava por algo que pudesse me dar alguma referência, só identifiquei além dos comandos, o altímetro instalado bem a nossa frente.
Motor acionado e já estávamos taxiando no sentido da cabeceira da pista.
Neste percurso comecei a me familiarizar com todos os procedimentos daquela aeronave.
Alinhado no eixo da pista, manete a fundo, motor disparado, toda a estrutura vibrando energicamente, enquanto o aparelho corria numa velocidade crescente e, antes que raciocinasse, já estávamos no ar subindo rápido no rumo do infinito.
Senti-me totalmente perdido pela ausência dos instrumentos que apóiam as reações do piloto.
Cadê o velocímetro, o conta-giros, o nível de curvas?
Jorge me tranqüilizou: – “Não é necessário... Faz-se a pilotagem pelos sentidos”.

E lá fomos nós gozando aquele voo natural, com uma visão sem limite, observando à paisagem lá embaixo,a nossa frente e de todos os lados.

Jorge me premiou com os comandos e comecei a testá-los e senti-los.
Foi aí que descobri que teria de aprender tudo de novo.
Fizemos pousos e decolagens e em seguida voltamos para o hangar.

Hoje posso dizer que, nasci sem asas, mas me senti tão livre quanto os pássaros,
e sem querer ser pretencioso,me imaginei estar voando no "Demoiselle" de Santos Dumont.
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Foto obtida no GOOGLE : Aviões Esportivos -
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No YOUTUBE encontramos um vídeo que nos dá a dimensão do que é voar
em um ultraleve.

"Voo de ultraleve em Foz de Iguaçu"- Marcelomm212 de março de 2007


http://www.youtube.com/watch?v=32ued1VqVP8&feature=related

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