AUGUSTO SEVERO
O PIONEIRO
O PIONEIRO
“Se não tivesse havido tôda essa coorte de sacrificados entre os quais Severo fulge com cintilação imorredoura, as asas humanas não poderiam hoje singrar no espaço com a segurança que nos permitiu atravessar o Atlântico numa noite inteira de Vôo”.
(Piloto Sarmento Beires – Pioneiro da aviação em Portugal, o primeiro a fazer a travessia área noturna do Atlântico Sul em 1927)
Diariamente,os passageiros que embarcam ou desembarcam em Natal, depois do atendimento no balcão da Companhia, escutam pelo alto-falante o aviso:
‘AEROPORTO INTERNACIONAL AUGUSTO SEVERO’,
passageiros para o vôo (xxx) compareçam para o embarque. Portão (xxx).
Essa informação é repetida tantas vezes quantos forem os vôos que estão pousando ou vão decolar naquele dia; todos prestam a atenção ao que é comunicado, mas talvez poucos sabem quem foi essa figura e a sua importância para dá nome ao aeroporto de Natal/RN.
Resumidamente podemos descrevê-lo atendendo a curiosidade de quem interessar:
Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, nasceu em Macaíba/RN no dia 11-01-1864, era um dos irmãos do Dr. Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, o grande líder político que o Rio Grande do Norte teve no final do século 19 e começo do século 20.
Augusto chegou a estudar Engenharia no Rio de Janeiro, mas por conta de um “amor proibido” com uma parente, regressou à Natal onde dedicou-se ao magistério: ensinava matemática.
Desde muito cedo gostava de observar o vôo dos pássaros; muito o impressionou as pesquisas do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que em 08 de agosto de 1709, na cidade de Lisboa/Portugal, perante as autoridades eclesiásticas, fez flutuar o seu invento, que a imprensa da época apelidou de ‘Passarola’.
O grande movimento de pesquisadores que estava havendo na França, sobre os balões, o motivou a iniciar as suas pesquisas na área.
Com a ajuda da família, tornou-se Deputado Federal e voltou ao Rio de Janeiro onde continuou as suas pesquisas na Aerostação(*).
Usando o prestígio da Câmara Federal, convenceu o Presidente Floriano Peixoto a apoiar o seu projeto. Desenhou um balão que chamou de Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que foi construido na França, enquanto o Governo providenciava um hangar no campo de Tiro de Realengo.
Esse balão foi testado no Rio de Janeiro, porém não foi aprovado por conta de alguns defeitos encontrados.
Nessa altura ele já trabalhava um novo projeto que chamou de PAX.
Com os meios conseguidos na área Federal, deslocou-se à Paris com o objetivo de fazer voar o seu novo invento.
Naquela época, em Paris e em toda a Europa, havia pesquisadores em balões tentando descobrir como dominá-los e a possibilidade de uso. Entre esses aeróstata destacava-se Alberto Santos Dumont, o brasileiro que teve o maior sucesso com os balões ( em 1901 – 12 de julho ) - conseguiu uma grande vitória: “ partiu de um ponto e retornou ao mesmo local de partida.” ( Para consegui esse feito, Santos Dumont já havia dominado a dirigibilidade dos balões).
Severo chegou a Paris em 1902 e começou a trabalhar na construção do Pax. Em pouco tempo ficou pronto, apesar do seu acompanhamento, ainda assim, a nave ficou com alguns problemas.
Severo chegou a Paris em 1902 e começou a trabalhar na construção do Pax. Em pouco tempo ficou pronto, apesar do seu acompanhamento, ainda assim, a nave ficou com alguns problemas.
O mais grave deles eram as “válvulas de segurança”; normalmente deveria ter um número de três e o PAX só dispunha de duas, apesar disso, Severo ainda isolou uma com cera, antes do vôo.
As válvulas foram localizadas muito próximo dos motores a gasolina.
O vôo inaugural foi marcado, na véspera, Severo testou todo o balão e ficou satisfeito.
No dia determinado para fazer o primeiro vôo, (12 de maio de 1902), logo cedo ele encontrava-se no Hangar acompanhado do mecânico Sachet.
No momento previsto embarcaram no dirigível, motores acionados, soltaram as amarras e o PAX avançou começando a subida com uma certa rapidez.
Ao atingir 400 metros, houve o inesperado,uma explosão destruindo todo o Balão e assim perecendo Severo e seu mecânico Sachet.
Encerrava-se tragicamente o Projeto PAX .
O acidente provocou comoção na cidade; havia grande expectativa em torno desse vôo e certamente era a consagração de Severo.
O acidente provocou comoção na cidade; havia grande expectativa em torno desse vôo e certamente era a consagração de Severo.
Praça Augusto Severo
Sobre esse assunto, Santos Dumont escreveu ( Vide o livro 'OS MEUS BALÕES', página 148, pela Fundação Projeto Rodon-Ministério da Aeronáutica – 1986) :
"Uma das hipóteses pelas quais pode ser explicado o terrível acidente sobrevindo ao Pax, dirigível do infortunado Augusto Severo, se relaciona com este grave problema de válvulas (válvulas de segurança).
O Pax, inicialmente tinha duas.
Antes, porém de partir para a sua primeira e última viagem, o Sr Severo, que não tinha prática (experi:ência) aeronáutica, fechou uma com cera. Ora, dado que a pressão atmosférica decresce com a altitude, a subida dum dirigível deveria ser sempre lenta e limitada: - para dilatar o gás basta uma subida de alguns metros. (...)
Quando o invólucro dum dirigível se distende, depende de suas válvulas que estoure (descarregue) ou não. Parece que no mesmo instante em que o Pax deixou a terra seus passageiros ( tripulantes ) perderam a cabeça.
Em lugar de moderar à ascensão, um deles jogou o lastro (...)
Há quem diga ter visto o mecânico, na sua excitação, atirar de uma só vez um saco cheio (lastro).
O Pax parecia um foguete, e a dilatação, a explosão e a horrorosa queda não foram senão um encadeamento de conseqüências.”
Augusto Severo, com toda justiça está relacionado entre os pesquisadores dos balões, consequentemente, um dos Pioneiros da Conquista do Espaço Aéreo.
Santos Dumont, no seu livro 'O QUE EU VI E O QUE VEREMOS', escrito em 1918 e editado pela FUNDAÇÃO PROJETO RODON – MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA-1986, na página 15, fez o seguinte registro:
“Não fosse a audácia, digna de todas as homenagens, dos Capitaine Ferber, Lilienthal, Pilcher, Barão de Bradsky, Augusto Severo, Sachet, Charles, Morim, Delagrange, irmãos Nieuport, Chavez e tantos outros – verdadeiros martyres da Sciencia – hoje não assistiríamos, talvez a esse progresso maravilhoso da Aeronáutica, conseguido,(...) à custa dessas vidas, de cujo sacrifício ficava sempre uma lição.”
Quem teria mais autoridade do que Santos Dumont para fazer um julgamento desta envergadura?
(*) – Aeróstação é a ciência que estuda o mais leves do que o ar (os balões), diferente da aviação que estuda o mais pesado (os aviões); são primos-irmão, mas não é a mesma coisa.
Fotos obtidas no GOOGLE
Sobre esse assunto, Santos Dumont escreveu ( Vide o livro 'OS MEUS BALÕES', página 148, pela Fundação Projeto Rodon-Ministério da Aeronáutica – 1986) :
"Uma das hipóteses pelas quais pode ser explicado o terrível acidente sobrevindo ao Pax, dirigível do infortunado Augusto Severo, se relaciona com este grave problema de válvulas (válvulas de segurança).
O Pax, inicialmente tinha duas.
Antes, porém de partir para a sua primeira e última viagem, o Sr Severo, que não tinha prática (experi:ência) aeronáutica, fechou uma com cera. Ora, dado que a pressão atmosférica decresce com a altitude, a subida dum dirigível deveria ser sempre lenta e limitada: - para dilatar o gás basta uma subida de alguns metros. (...)
Quando o invólucro dum dirigível se distende, depende de suas válvulas que estoure (descarregue) ou não. Parece que no mesmo instante em que o Pax deixou a terra seus passageiros ( tripulantes ) perderam a cabeça.
Em lugar de moderar à ascensão, um deles jogou o lastro (...)
Há quem diga ter visto o mecânico, na sua excitação, atirar de uma só vez um saco cheio (lastro).
O Pax parecia um foguete, e a dilatação, a explosão e a horrorosa queda não foram senão um encadeamento de conseqüências.”
Augusto Severo, com toda justiça está relacionado entre os pesquisadores dos balões, consequentemente, um dos Pioneiros da Conquista do Espaço Aéreo.
Santos Dumont, no seu livro 'O QUE EU VI E O QUE VEREMOS', escrito em 1918 e editado pela FUNDAÇÃO PROJETO RODON – MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA-1986, na página 15, fez o seguinte registro:
“Não fosse a audácia, digna de todas as homenagens, dos Capitaine Ferber, Lilienthal, Pilcher, Barão de Bradsky, Augusto Severo, Sachet, Charles, Morim, Delagrange, irmãos Nieuport, Chavez e tantos outros – verdadeiros martyres da Sciencia – hoje não assistiríamos, talvez a esse progresso maravilhoso da Aeronáutica, conseguido,(...) à custa dessas vidas, de cujo sacrifício ficava sempre uma lição.”
Quem teria mais autoridade do que Santos Dumont para fazer um julgamento desta envergadura?
(*) – Aeróstação é a ciência que estuda o mais leves do que o ar (os balões), diferente da aviação que estuda o mais pesado (os aviões); são primos-irmão, mas não é a mesma coisa.
Fotos obtidas no GOOGLE
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