MULHERES AVIADORAS
Depois que Santos Dumont dominou o “mais pesado do que o ar” criando o ”Demoiselle” e dando início a Aviação, a atividade aérea atraiu pessoas de ambos os sexos, em varias partes do mundo.
O Aeroclube de Paris brevetou a primeira mulher (presume-se haver sido a primeira aviadora do mundo) a Baronesa Raymond de Laroche, pilotando um “VOISIN” no dia 8 de março de 1910.
No mesmo ano a belga Hélène Dutrieu recebeu seu brevet e ficou famosa por fazer voos de longas distâncias, batendo recordes de altitudes.
Hélène Dutrieu
Em 16 de setembro do mesmo ano, nos Estados Unidos, a jovem Bessica Reiche realizava o vôo solo em seu biplano.
Na Alemanha, Melli Beese, em 1912 inaugurou uma escola de pilotagem.
Amelie 'Melli' Hedwig Beese (1886-1925)
'Melli'
Lucy Garcia Maia em Natal/RN
No Brasil não foi diferente, começando por Theresa di Marzo.
Depois dela seguiram Anésia Pinheiro Machado e Ada Rogato e nunca mais parou de surgir aviadoras por todo o país.
Aqui mesmo em Natal, tivemos a nossa primeira aviadora, na época a jovem Lucy Garcia, de uma família tradicional,brevetou-se pelo Aeroclube do Rio Grande do Norte no ano de 1942.Depois dela ainda foi brevetada D'Arc Saraiva e Angela Negreiros.
Anésia Pinheiro Machado in front of her "CAUDRON" G-3 of 120HP. Her plane was affectionately baptized as the "Bandeirante", named for the dean of aviation. In this airplane she made her first solo in Brazil, on March 17, 1922, just before reaching 18 years of age.
Anésia Pinheiro Machado
Thereza di Marzo, a primeira aviadora do Brasil
“Vou voar também!”
No caso específico de Theresa di Marzo, filha de um industrial italiano que de forma alguma concordava com as idéias aeronáuticas da filha. Ela teve de usar suas economias pessoais para financiar o curso numa escola particular de aviação dos Irmãos Robba.
Teve alguns instrutores brasileiros, mas foi um aviador alemão, ex-piloto da Segunda Grande Guerra, Fritz Roester, o melhor dos instrutores.
Com apenas vinte e poucas horas de treinamento, habilitou-se perante a Banca Examinadora do Aero Club Brasileiro, tendo sido aprovada com distinção. Foi no dia 17 de março de 1922, no Aeródromo Brasil, campo de aviação existente no Jardim América, pilotando um Caudron, modelo G-3, de 120 HP, motor rotativo e extremamente barulhento.
Estavam presentes os Irmãos Robba, Antonio Prado Júnior, o engenheiro da Prefeitura de São Paulo Domício Pacheco e Silva e o Instrutor Fritz Roesler.
Tereza di Marzo e Fritz Roesler
Tereza di Marzo tinha apenas 19 anos quando realizou a façanha. No dia 8 de abril de 1922, recebeu o brevê nº 76 de Piloto-Aviador da Fédération Aeronautique Internacionale.
Além das 329 horas e cinquenta e quatro minutos de vôo anotadas em sua Caderneta, Tereza di Marzo realizou dezenas de horas não computadas.
Antes de seu casamento com Fritz Hoesler, trabalhou com ele nos hangares, nas oficinas e em topografias aéreas, ganhando muita experiência na mecânica de motores a explosão de aviões e planadores.
Vale lembrar que, em setembro de 1922, Tereza realizou um ousado raide aéreo São Paulo-Santos, como parte das comemorações do Centenário da Independência do Brasil.
Voando sob orientação de Fritz Roesler, acabaram por se casar, em 25 de setembro de 1926.
Após o casamento, dedicada ao marido, dizia ela, quando lhe perguntavam:
“Depois que nos casamos, ele cortou-me as asas.
Disse que bastava um aviador na família.
Mas nem por isso perdi meu interesse pela Aviação. “
Motivada pelo casamento e a sua constante ausência nos meios aeronáuticos Theresa di Marzo sofreu algumas injustiças; alguns órgãos de imprensa passou a chamar Anésia Pinheiro Machado a primeira aviadora do Brasil; felizmente a verdade depois foi restabelecida.
Brevê da aviadora Thereza di Marzo
Fonte e Fotos: Obtidos no Google
Post interessante. A Anésia é uma farsa. Faltou colocar a Lucy Lúpia, mulher pioneira na aviação comercial. Além disso, ela tem ótimos livros: www.comandantelucy.com Beijos!
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