*CB (cumulus nimbus) SOBRE VITÓRIA/ES
Nos anos 50 havia uma grande falta de pilotos no Brasil; as empresas aéreas menores contratavam pilotos recém-diplomados, ainda não legalizados, para voar e completar o treinamento nos seus aviões.
O meu colega de turma, Célio Vidal de Freitas, que na época já estava voando nos Catalinas da empresa Aero Geral, me convidou para fazer alguns vôos para empresa. Aceitei o convite de imediato,e foi quando vivi o caso de um CB sobre Vitória.
Naquele dia,eu estava como co-piloto do Catalina,comandado pelo Comandante Leite.Decolamos de Belmonte/Ba., com destino a Vitória do Espírito Santo, lá pelas 13 horas. O tempo se mostrava instável, um calor sufocante, o mar espelhado anunciava mudanças atmosféricas.
Nos anos 50 havia uma grande falta de pilotos no Brasil; as empresas aéreas menores contratavam pilotos recém-diplomados, ainda não legalizados, para voar e completar o treinamento nos seus aviões.
O meu colega de turma, Célio Vidal de Freitas, que na época já estava voando nos Catalinas da empresa Aero Geral, me convidou para fazer alguns vôos para empresa. Aceitei o convite de imediato,e foi quando vivi o caso de um CB sobre Vitória.
Naquele dia,eu estava como co-piloto do Catalina,comandado pelo Comandante Leite.Decolamos de Belmonte/Ba., com destino a Vitória do Espírito Santo, lá pelas 13 horas. O tempo se mostrava instável, um calor sufocante, o mar espelhado anunciava mudanças atmosféricas.
No alto-mar, o horizonte estava encastelado de cúmulos volumosos sendo empurrados para o continente, por uma discreta brisa, que mais parecia uma boca de fornalha.
Com certeza iria ocorrer chuvas pesadas no final da tarde.
O Comandante Leite, prevendo mudanças de tempo na rota, preferiu manter-se em vôo visual mesmo encontrando CBs (cumulus nimbus) no litoral.
O vôo decorria sem problemas, apesar das nuvens volumosas irem tomando conta do céu em todas as direções. Voávamos sobre um colchão de nuvens, e vez por outra abria um buraco por onde se via a praia. O tempo se fechava para todos os lados, obrigando-nos a voar por instrumentos em sucessivas vêzes.
Vinte minutos fora de Vitória, recebemos o boletim meteorológico confirmando o aeroporto fechado para pousos e decolagens.
Vinte minutos fora de Vitória, recebemos o boletim meteorológico confirmando o aeroporto fechado para pousos e decolagens.
Havia um 'CB' estacionado em cima do aeroporto com chuva forte e muitas descargas elétricas.
Comandante Leite mantinha-se alerta na expectativa de encontrar um buraco por onde pudéssemos descer e driblar aquela preocupante nuvem.
Comandante Leite mantinha-se alerta na expectativa de encontrar um buraco por onde pudéssemos descer e driblar aquela preocupante nuvem.
Acendemos os avisos de “ apertar os cintos” e avisamos aos comissários de que iríamos atravessar turbulência.
Em poucos instantes o Catalina era jogado de uma lado para o outro causando um vôo desconfortável.
Repentinamente explodiu um relâmpago à minha direita, bem próximo à ponta da asa, acompanhado de um estalido seco do trovão, deixando no ar um forte cheiro de ozônio.
Foi aí que percebemos que havíamos entrado nas bordas de um 'Cumulus-Nimbus'; o Catalina reagia com espasmos violentos em todos os sentidos.
No painel os instrumentos enlouqueceram e não se conseguia ler as indicações dos mostradores.
O comandante lutava para controlar o avião e manter à rota.
O Catalina era jogado com toda violência para todos os lados, para cima quando o “ Climb” indicava descida ou vice-versa.
Apesar de ainda ser dia, o tempo escureceu e os relâmpagos e trovões explodiam sem parar ao nosso redor.
Nesse momento recebemos na proa uma forte pancada de granizo que por sorte não arrebentou o parabrisa.
Para sair daquele pandemônio o comandante conseguiu mudar o rumo para Leste, em direção ao mar, onde se presumia que o 'CB' já havia passado.
Acertou na decisão.
Quando o avião aquietou-se, iniciamos a descida sobre o mar encontrando teto a 100 metros de altura.
Quando o avião aquietou-se, iniciamos a descida sobre o mar encontrando teto a 100 metros de altura.
O Comandante respirou fundo, olhou para mim e desabafou:
- "Nunca se arrisque numa dessas..."
Esta foi uma grande lição que tive 'in loco', dada por um comandante experiente; naturalmente que o aluno ainda bem novo na função,teve seus momentos de grande preocupação durante aquela “aula”.
***
*Os cumulonimbus são nuvens convectivas de trovoada que se desenvolvem verticalmente até grandes altitudes, com a forma de montanhas, torres ou de gigantescas couve-flores.
Têm uma base entre 300 e 1.500 metros e um topo que pode ir até 29 km de altitude podendo até ter quase 3 vezes a altura do monte Everest, sendo a média entre 9 e 12 km.
O topo é caracterizado pela chamada "bigorna": uma expansão horizontal devida aos ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro. São formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas, flocos de neve e granizo.
Os cumulonimbus são alimentados por fenómenos de convecção muito vigorosos (por vezes com ventos de mais de 50 nós). Na base, são formados por gotículas de água, mas nas zonas mais elevadas da "bigorna", são já formadas por cristais de gelo.
Podem estar associados a todas as formas de precipitação forte, incluindo grandes gotículas de chuva, neve ou granizo. Uma trovoada é basicamente uma nuvem cumulonimbus capaz de produzir ventos fortes e tempestuosos, raios, trovões e mesmo, por vezes, violentos tornados.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cumulonimbus
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manin num sei se vc ainda acessa essa pagina mais eu vou add a URL pra eu visitar de ves em quando,,, tipow q esperiencia foi essa heim
ResponderExcluirquando vc mencionou sobre a parte que vcs receberam uma forte rajada de gelo (granizo tanto faz XD) q por sorte nao quebrou o parabrisa isso estava chovendo por onde vcs passavam?????
VEJA SÓ AS IMAGENS DE UM AVIÃO C-17 GLOBEMASTER III VOANDO POR CIMA E AO LADO DE UMA GRANDE LINHA DE TEMPESTADES:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=C3T_7mxgSSg
AGRADEÇO PELA COMPREENSÃO!!!!!!!