A prensa de madeira, muito rústica, composta de uma caixa desmontável, fuso de madeira e almanjarras, a lã era prensada em fardos de 45 quilos, num trabalho árduo, realizado por dois homens robustos.
O fardo era envolto em estopa de algodão e contido por fios de arame liso. Os fardos prontos eram transportados para Jardim do Seridó ou Caicó, em costas de burro e comercializados por cargas de lã(1).
Em relação ao “caroço” do algodão, como não havia mercado para ele, ainda não era industrializado na região, era armazenado em estado natural e consumido pela gado e a miunça da fazenda.
Essa pequena industria rural funcionava com o próprio pessoal da fazenda, que ficava ocioso após a colheita dos roçados.
O “Vapor” ocupava os prédios separados da Casa Grande e esteve ativo até os anos 50, algum tempo, ainda depois da morte do velho Zuza.
(1)- Carga de lã. Dois fardos pesando cada um 45 quilos no total de 90 quilos ou 6 arroubas.
(*) – No livro “Encontro com a Natureza”, do poeta popular de Caicó/RN, Antônio Sobrinho, ele escreveu o seguinte verso, inspirado no “Vapor” que ele conheceu:
“Lá na casa do Vapor
Só ferro velho avistei
E na fornalha eu passei
Olhando aquele setor
Onde era reino do amor
Hoje é reino de tristeza
Não tem lamparina acesa
Por dentro do casarão
Só silêncio e solidão
Por ordem da natureza.”
(1)- Croá ou Caroá – Fibra vegetal colhida no sertão de Pernambuco, usado na fabricação artesanal de cordas.
(2)- “Carga de lã”. Dois fardo pesando cada um 45 quilos, no total de 90 quilos ou 6 arrobas.
Essa pequena indústria rural era operada pelo mesmo pessoal que trabalhava na agricultura da fazenda. Tenho na mente a imagem de todos, mas os nomes já me falham.
Àqueles cujos nomes ainda restam na minha memória são:
Pacheco – foguista, Chico David trabalhava junto a máquina de descaroçar, os irmãos Tomaz – que trabalhavam na prensa,
Manoel Libânio – tropeiro, Murixaba – o mensageiro.
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