Recebi do meu genro,Coronel Aviador Rômulo Figueiredo,a letra de uma música sobre o Catalina,que era cantada entre os oficiais da aeronautica que serviam na Amazônia.
Uma paródia da música “Desencontro de Primavera”, de autoria de Hermes de Aquino, feita pelo Cel Int Aer (Res) Cremildo Ferreira CARDOSO, conhecido na FAB, principalmente em Belém, onde serviu muitos anos, por seu espírito criativo e artístico-musical:
“Quem já viajou de Catalina sabe /Que p’ra fugir da rotina, / Quando ele sobe faz frio, /Quando desce, que calorão! /Por dentro parece um navio, / Por fora parece um avião. /Ele foi feito p’ra paz e p’ra guerra. / Pousa na água e também pousa em terra. / Traz na cauda a inscrição:/ ‘Devagar, mas chego lá’. / É do Primeiro Esquadrão de Belém, / de Belém do Pará. /Ai! o Catalina é uma canoa. / Se a gente insiste, o bicho voa. /Vai devagar, mas chega lá. / Ai! Se ele balança, a gente enjoa. /Saio da cauda e vou p’ra proa, / Senão também vou enjoar. /Ah!, Ah!, Ah!, Ah!”
Se clicar neste link vai abrir o YouTube com a versão da musica que os pilotos se basearam para encaixar a letra.
Ao escutar, vá lendo a letra da musica e vc vai curtir a musica dos pilotos do CATALINA.
http://www.youtube.com/watch?v=YgZTGMeFcXk
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Aos meus seguidores informo que depois de um longo período afastado por razões diversas,inclusive,de saúde,estou voltando a escrever aqui no blog.
AVIÃO CATALINA PBY
No último dia do ano de 2012,pousou no Aeroporto Internacional Augusto Severo,um avião CATALINA que estava sendo trasladado da África do Sul para a Califórnia/USA. Se destinava a um colecionador americano de aeronaves antigas.
Esse avião permaneceu em Natal/RN durante dois dias, o que me deu a oportunidade de visitá-lo e relembrar a época que fui aviador civil, quando tive oportunidade de pilotar um modelo semelhante.
O CATALINA,foi projetado em 1935 pela Consolidated Vultee dos Estados Unidos e fabricado pela Boeing do Canadá.
É uma bela aeronave,muito segura,que foi usada na 2ªGuerra Mundial,e aqui em Natal, ficavam ancoradas na foz do rio Potengi,em frente à Rampa,ao lado do que hoje é o Iate Clube.
CATALINA é um bimotor,de asa alta,com as seguintes medidas:comprimento da fuselagem: 19 metros e 52 centímetros,comprimento da asa: 31 metros e 72 centímetros,peso vazio: 7.974 kilos,velocidade: 314 kilômetros por hora,raio de ação:4.030 kilômetros.
A tripulação é composta por dois pilotos e um mecânico de voo.Nos modêlos anteriores a guerra,se usava um radioperador,o qual foi substituído por modernos sistemas de comunicação que dispensava os serviços desse tripulante.
No final da guerra,os CATALINAS deixados pela Marinha Americana em Natal,foram leiloados pela AERO GERAL para serem utilizados como aviões cargueiro na rota Natal/Santos.
A Aerogeral era uma firma fundada em Natal em 1947 e existiu até 1952, quando foi vendida à VARIG que por sua vez,cedeu os CATALINAS à Força Aérea Brasileira para serem utilizados na Amazônia.
A Aerogeral era uma firma fundada em Natal em 1947 e existiu até 1952, quando foi vendida à VARIG que por sua vez,cedeu os CATALINAS à Força Aérea Brasileira para serem utilizados na Amazônia.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
FABRÍCIO PEDROZA
![]() |
Fabrício-o vaqueiro |
Homem que mereceu todo nosso respeito e admiração.
Pela sua presença física, se fazia notar em qualquer lugar que chegasse; apesar de ter sido educado na Inglaterra, mantinha íntimos seus hábitos adquiridos na convivência com o ambiente rural, participando sempre das vaquejadas onde se destacava como grande “puxador”.
Pela sua presença física, se fazia notar em qualquer lugar que chegasse; apesar de ter sido educado na Inglaterra, mantinha íntimos seus hábitos adquiridos na convivência com o ambiente rural, participando sempre das vaquejadas onde se destacava como grande “puxador”.
Fazendeiro, empresário, praticante de tênis e das atividades aerodesportiva.
***
sábado, 6 de agosto de 2011
OSCAR TRIGUEIRO DANTAS
Quando o conheci já estava aí pelos 45 anos de idade, morando na Fazenda Bancos, de sua propriedade, na época, município de São Paulo do Potengi. Era um homenzarrão de 1,80, pesando uns 90 quilos, pele branca, olhos claros, pouco cabelo, muita energia e mobilidade nos movimentos. Falava alto e trazia sempre um pouco de humor quando se expressava.
Fundou a Fazenda Bancos, especialmente para plantar algodão. Naquele tempo era um bom negócio, o algodão estava em alta e ele era um gigante para trabalhar.
Investiu pesado nas instalações da fazenda e sempre conseguia uma boa produção da lavoura que cultivava.
Colheita de algodão na fazenda - Aecio
Com origem no clã dos Dantas de São José de Mipibú, trouxe para aquela região agresteira os seus hábitos de “senhor de engenho” do vale do Trairi; por ser bom de garfo sempre tinha uma mesa farta.
Para locomoção não dispensava uma boa montaria e o seu burro chamado Chapuri, um muar cardão, de porte avantajado com sete palmos de altura, para dar conta de transportar os seus 90 quilos de peso e atender os caprichos do cavaleiro.
Marchador, adestrado por ele próprio, que era um mestre no ofício.
Apesar de Oscar demonstrar satisfação com a Fazenda Bancos, ele vivia falando que um dia iria adquirir o ENGENHO SÃO LUIZ DO DEDO, em pleno centro do vale de São José de Mipibu.
Rugendas-Moinho de Cana de Açucar
Quando o momento surgiu, ele não perdeu a oportunidade, vendeu a Fazenda ao comerciante de algodão Sr. Ermílio Toscano de Brito e comprou o engenho da sua paixão.
Creio que encerrou aí a sua vida de homem do campo. Quanto ao burro Chapuri que o acompanhou por longos anos, era muito nobre para ir transportar cana do eito para o engenho; certamente ficou disponível na cocheira até que aparecesse um cigano para negociar, pois já havia chegado à hora de ser substituído por um Jeep.
Oscar Trigueiro Dantas uma simpática figura que marcou presença no ambiente rural do agreste potiguar e da zona de açucareira.
Figuras obtidas no Google
quarta-feira, 27 de julho de 2011
TARDE DE ABRIL
TARDE DE ABRIL
As tardes de abril em Natal, início do outono, ainda trás restos do verão que se foi com seu calor sufocante.
Nesse ambiente calorento circulei pelo centro da cidade aí pelas 16 horas, fazendo umas compras. Quando deixava a Galeria Barão do Rio Branco, pela Rua Princesa Isabel, deparei-me com José de Melo Pinto, um contemporâneo do Atheneu, nos idos de 1944, sentado num dos bancos da calçada, instalado à sombra do edifício aproveitando a brisa dos alísios.
Foi uma satisfação encontrar aquele antigo companheiro, reunido com alguns anciões fugindo do calor outonal. Quando me viu deixou rápido o banco e dirigiu-se a mim, sempre de bom humor e um riso espontâneo na face que o caracteriza.
Foram poucos instantes, mas serviram para recordarmos antigos colegas, alguns ainda vivos e outros que já nos deixaram. Uma figura que veio logo à nossa mente foi Ivanildo Paiva, mais conhecido por “Ivanildo-deus”, que julgávamos já ter ido para o céu,ganhou esse apelido, por se fazer presente em vários lugares ao mesmo tempo.
Era filho do Professor Saturnino, um grande mestre da língua portuguesa, cujo método de ensino incluía o humor, atraindo os alunos faltosos. É dele essa ‘pérola’:
“Gente, a vírgula é muito importante na frase, vejam: - Logo pela manhã minha mulher me acorda assim:
“Saturnino- (vírgula) - seis e meia- (vírgula) - está na hora de acordar. Agora tire a primeira vírgula e veja como fica.”
Com a sua didática bem peculiar, os alunos aprendiam se divertindo.
Mas voltando ao momento, fiquei feliz com aquele inesperado encontro, despedi-me do amigo que, logo retornou ao seu lugar no banco,onde estava seus companheiros, cuja idade de todos, somada, daria uns 500 anos.
Continuei pela Rua Princesa Isabel, andando lentamente por conta do calor e entrei na Rua Coronel Cascudo no rumo da Deodoro, de repente e, coincidentemente, outro inesperado encontro: Vi-me diante de duas filhas do Professor Saturnino.
Paramos para uma prosa, e falei que momentos antes estava comentando com um amigo comum sobre o paradeiro de Ivanildo. Fiquei tranquilo depois que elas me informaram que ‘Ivanildo-deus’ estava vivo, morando em Recife, ainda exercendo advocacia.
Paramos para uma prosa, e falei que momentos antes estava comentando com um amigo comum sobre o paradeiro de Ivanildo. Fiquei tranquilo depois que elas me informaram que ‘Ivanildo-deus’ estava vivo, morando em Recife, ainda exercendo advocacia.
Segui minha caminhada no sentido da Praça Pio X, entre lojas de armarinhos e sapatarias populares, procurando me abrigar dos raios solares que mesmo naquela hora, ainda incomodava.
Chegando na Av.Deodoro, dei de cara com o prédio do antigo cinema Rio Grande. E novamente voltei no tempo. Na década de 1950 era ali um local de entretenimento dos mais modernos na cidade, onde a sociedade natalense tinha a oportunidade de assistir as grandes produções cinematográficas, e eu pessoalmente, o prazer inesquecível de ver um dos maiores clássicos do cinema italiano chamado
“Arroz Amargo”, estrelado por Vittorio Gassman, e que lançou no mundo cinematográfico a belíssima Silvana Mangano,aos 18 anos,esbanjando toda sensualidade e que viria a ser uma das maiores atrizes de todos os tempos.
A minha caminhada terminou ali mesmo, apanhei o carro no estacionamento, circulei pela Deodoro, ainda dei uma parada na frente do velho cinema, e me veio à mente uma cena magnífica do filme.
Silvana Mangano labutando na colheita do arroz dentro de um brejo, com água na altura dos joelhos mostrando toda a exuberância que a natureza exagerou nas formas e proporcionando um deleite para os olhos do espectador.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Batendo perna pela Cidade Alta
![]() |
SEBO VERMELHO |
De frente a ele estava o “Bispo” de Taipú, com seu “bisaco” de couro cheio de objetos pessoais e alguns livros, a comentar os novos lançamentos que teriam ocorridos na semana anterior.
O “Bispo” é um severo crítico literário, não escreve nada, mas solta o verbo para quem quiser ouvir.
Abimael com um jornal aberto na frente do rosto, fingindo que estava ouvindo o palrear do “Bispo”, e de vez em quando, recusando comprar livros de transeuntes e preguiçosamente levantando-se para vender alguma publicação do seu desarrumado estoque que só ele entende.
- Oi, Pery sente aí, como vai o livro? Falou Abimael.
Permaneci ali por algum tempo, enquanto aliviava os pés. Quando decidi deixar o local, um gaiato me abordou:” -Finalmente, Saint-Exupéry esteve ou não em Natal?...”
Essa é uma pergunta que sempre me fazem por conta do meu ponto de vista um tanto radical sobre o caso.
O que vocês acham o que eu respondi?
Saí dali às pressas antes que chegasse mais alguém interessado em saber a minha resposta.
Ufa... Que manhã!...
Assinar:
Postagens (Atom)