quinta-feira, 25 de junho de 2009

AVIÕES QUE FIZERAM HISTÓRIA VII

(Foto obtida no Google)

Quadrireator Comet

Só após a segunda guerra mundial a indústria aeronáutica mundial passou a se interessar pelos aviões civis movidos a jato.
O DH 106 Comet foi o primeiro jato comercial do mundo, produzido na Inglaterra e lançado em julho de 1949 pela Industria De Havilland. Esta aeronave foi projetada para voar até 10.000 metros de altura, a uma velocidade média de 750 kph.
Só em 1952 passou a voar comercialmente na BOAC(British Overseas Airways Corporation) Empresa Aérea Inglesa.
Apesar do sucesso por conta da velocidade, apresentava dois pontos negativos: alto consumo de combustível e pouco raio de ação, mesmo assim, a empresa passou a utilizá-lo nas suas rotas internacionais.

“O primeiro vôo de fato deu-se em 2 de maio de 1952, com a partida do aeroporto de Heathrow, Londres, rumo a Johannesburg, na África do sul. Este pioneiro vôo, pela companhia aérea inglesa Boac, foi seguido de um ano de sucessos e de vendas, que pareciam configurar para o avião uma existência de glórias.
Contudo, em 2 de março de 1953, o Comet começou a revelar sua verdadeira personalidade, a de assassino alado.
Neste dia, um Comet explodiu ao decolar em Karachi, no Paquistão, matando seus 11 ocupantes. Em 2 de maio do mesmo ano, um Comet desmanchou-se no ar duas horas depois de decolar de Calcutá, na Índia, ao entrar em uma nuvem de tempestades do tipo cúmulos-nimbus. Morreram 43 pessoas.
As autoridades e os fabricantes apressaram-se em culpar os tripulantes por suposta imperícia ou as condições meteorológicas.
No entanto, em 10 de janeiro de 1954, o mesmo exemplar do Comet que inaugurou a era do jato em maio de 1952 explodiu em pleno vôo depois de decolar de Roma, como um céu de brigadeiro, sem nuvens.
No dia seguinte, os Comets foram interditados e passaram por uma série de mudanças, voltando aos céus em março.
Porém, em abril do mesmo ano, um outro acidente com a aeronave fez com que as autoridades britânicas caçassem a licença de operação da pioneira linhagem de jatos. Investigações posteriores concluíram que o formato das janelas do aeroplano, quadradas, eram inadequadas para aviões velozes e pressurizados, pois facilitavam o surgimento de rachaduras em suas arestas e a conseqüente desintegração dos aviões no ar”.
(Fonte:Paulo Martinelli

O Governo Britânico enviou navios da Marinha para o local do acidente do avião que decolou de Roma e conseguiu resgatar dois terços dos destroços, que foram enviadas a Farnborough a fim de investigar as causas do acidente. Os engenheiros, usando as peças resgatadas complementadas com peças novas conseguiram remontar todo o avião.
Paralelamente, mergulharam num tanque d’água outro Comet, para simular a ação da diferença de pressão atmosférica nas grandes altitudes sobre a fuselagem. Finalmente os técnicos descobriram o que motivou o acidente: fadiga do material empregado na construção.
A estrutura da aeronave não suportava a diferença de pressão atmosférica das grandes altitudes. A fuselagem se rompia provocando o acidente.
Imediatamente foram feitas as modificações necessárias, inclusive trocando os formatos das janelas que passaram a ser oval a fim de evitar pontos de tensão nas extremidades.
Devido a todos esses problemas, o Comet teve uma vida curta porém ofereceu informações valiosas da maior importância para a segurança dos novos projetos de aviões a jato que estavam chegando.
Este avião pagou pelo pioneirismo, mesmo assim voou comercialmente em algumas companhias; na América do Sul só a Aerolineas Argentina, que em 1958 passou a usar o Comet na linha da Europa.
Por conta do seu curto raio de ação, era obrigado a pousar em Natal, a fim de abastecer o suficiente para fazer a travessia do Atlântico sul.


Um comentário:

  1. adorei, obrigado, ajudou.m bastante para o trabalho que estou a orgaznizar !!!

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