quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

OS VOOS DO GOVERNADOR


Os Voos do Governador 
 Por ser uma atividade nova, nos idos de 1928, não se usava viajar de avião, era uma prática apenas para profissionais: aviadores, mecânicos e radiotelegrafistas cuidando do correio aéreo. 
Mesmo assim, algumas pessoas ligadas às autoridades, aceitavam convites para um aventuroso voo local.  Era um esforço das empresas aéreas para a população se acostumar com a idéia de voar. Isso aqui em Natal ocorria com alguma freqüência por conta do apoio dado às companhias aéreas pelo  Governo do Estado. 
 Voar ia se banalizando, o próprio Governador estimulava juntando-se a um grupo de entusiasta. Fundaram o Aeroclube local e ele fez construir vários campos de aviação no interior do Estado, que ele próprio utilizava sempre nas viagens que fazia no  transporte aéreo:
“Encurtar  as distâncias era promover o progresso”- era a sua palavra de ordem e ia desvendando as  rotas interiorana do Rio Grande do Norte.
 Tem-se registro de inaugurações feito por ele  próprio em vários municípios, como  Ceará Mirim, Acari, Serra Negra, Lages, e outros.  Teve a ousadia de voar do Rio de Janeiro- Capital Federal- até Natal num voo da CGA sendo ele o único passageiro.
Os voos do governador,como tudo que é novo, davam margens para muitas especulações e comentários.
O poeta potiguar Juvenal Antunes (1908-1987) enviou uma carta rimada ao Presidente:
  “Já sei que andou voando de avião. / O Céu é perto? É longe? É ilusão? Conseguiu qual Bilac ouvir estrelas? / Lá pelos ares há mulheres belas? Si, porém lá em cima é tudo macho / Eu vou me aproveitando cá por baixo.” 
O Presidente Juvenal Lamartine desenvolveu a política do uso do avião como uma forma de integração nacional,servindo como  exemplo  aos futuros governantes do Brasil, país continental e geograficamente cheio de obstáculos, não podia ser diferente. 
Quando foi deposto pela Revolução de 30, o Estado do Rio Grande do Norte já tinha além do Aeroclube com curso de pilotagem, um avião  de treinamento (havia dois aviões biplanos “Bluebird” de fabricação inglesa, mas um deles havia se acidentado com Edgard Dantas.) 
 O curso era ministrado por um instrutor cedido pelo Ministério da Marinha (Cmt. Djalma Petit), e em 1930 já havia diplomado a primeira turma de aviadores. 
 A Aviação começava a se expandir no país e se tornar uma atividade importante na vida do povo brasileiro.

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